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No meu blog segue algumas dicas de Português e algumas atualizações sobre a inclusão digital. Postagens feita no intuito de ajudar a esclarecer algumas dúvidas dos meus seguidores.

terça-feira, 1 de junho de 2010

professora usa e-book contra indisciplina no RS

A professora de português Eloisa Menezes Pereira resolveu, aos 35 anos de magistério, dar um "basta" na indisciplina de alguns alunos de uma escola de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul: estimulou os estudantes a produzirem um e-book - livro eletrônico que pode ser lido em computadores e celulares.
Segundo ela, tudo começou quando percebeu que alguns alunos estavam se ofendendo verbalmente e até se agredindo dentro do ambiente escolar. "Decidi trabalhar com eles o tema dos cinco sentidos. Mostrar que a mão não serve apenas para bater, e a boca não foi feita para xingar", contou. Ela propôs, então, que eles escrevessem uma redação, como se fossem contar uma história para seus irmãos mais novos. "Para evitar que criassem textos tristes ou violentos", complementou.
Ao longo do processo de produção das redações, a professora ficou sabendo de um projeto da Editora Plus, o Faça um E-book na Escola. Decidiu se inscrever. A ideia dela foi selecionada, e o livro digital foi editado.
Alguns dos alunos da Escola Estadual Almirante Álvaro Alberto da Motta e Silva, na Vila Barracão, não quiseram escrever, e pediram para fazer desenhos. A professora topou. "Afinal, estávamos trabalhando com os cinco sentidos", disse. Eloisa orientou a turma de 30 estudantes a escrever cada um dos textos quatro vezes, já que, segundo ela, o foco da atividade também era treinar a língua portuguesa.
"Isso era inédito para os alunos, eles não conheciam o livro eletrônico, nem eu mesma conhecia. Ficaram entusiasmados", contou Eloisa. O livro Brincando com os Sentidos foi publicado no site da editora em outubro do ano passado, reunindo as redações e desenhos de todos os estudantes.
Para a professora Eloisa, a atividade foi fundamental para que os alunos mudassem o comportamento em sala de aula. "Eles se tornaram mais obedientes. A escola ficou com uma imagem muito boa após concluirmos o e-book", disse.
De acordo com o editor da Plus, Eduardo Melo, a publicação da turma de Eloisa foi a primeira do projeto E-book na Escola. Até o começo deste mês, mais três livros haviam sido editados: Diga sim à paz!, de uma escola de Cubatão (SP); Aprendendo com o bairro Ipanema, escritos por alunos de Porto Alegre (RS) e Juripiranga, este é o meu lugar, por estudantes de Juripiranga (PB). Todas as publicações podem ser baixadas, de graça, no site da editora.
O livro dos alunos paraibanos ganhou uma tradução em italiano. Segundo o editor, um dos colaboradores do site da editora dá aulas de português na Itália, e decidiu levar o livro como material de apoio. Os estudantes italianos gostaram tanto da publicação que decidiram fazer a versão Juripiranga - questo è il mio posto.
O projeto da editora Plus permanece na ativa, embora, no começo deste mês, nenhum livro feito por alunos estivesse sendo editado. "A alavancada é maior no segundo semestre do ano, quando as turmas ficam mais sossegadas", afirmou o editor Eduardo.
Segundo ele, se algum professor, de qualquer lugar do País, quiser participar do projeto, basta se inscrever no site da editora. "Outros funcionários da escola também podem se inscrever, mas a preferência é que os professores o façam", comentou.

http://noticias.terra.com.br/educacao/noticias/0,,OI4463065-EI8266,00-vc+reporter+professora+usa+ebook+contra+indisciplina+no+RS.html

terça-feira, 25 de maio de 2010

Maravilhas da enunciação.

Passagem de Alice no País das Maravilhas ilumina estudos da linguagem

José Luiz Fiorin

Alice conversa com a rainha, em ilustração de Helen Oxenbury para a edição do livro de Lewis Carroll publicada no Brasil pela editora Salamandra
O livro Alice no País das Maravilhas, de Lewis Carroll, trata de questões muito interessantes para a teoria da linguagem. Uma delas é o sentido de palavras, como "hoje", "ontem", "amanhã":

- Veja, agora a senhora está bem melhor! Mas, francamente, acho que a senhora devia ter uma dama de companhia!
- Aceito-a com todo prazer! - disse a Rainha. - Dois pence por semana e doce todos os outros dias.
Alice não pôde deixar de rir, enquanto respondia:
- Não estou me candidatando... e não gosto tanto assim de doces.
- É doce de muito boa qualidade - afirmou a Rainha.
- Bom, hoje, pelo menos, não estou querendo.
- Hoje você não poderia ter, nem pelo menos nem pelo mais - disse a Rainha. - A regra é: doce amanhã e doce ontem - e nunca doce hoje.
- Algumas vezes tem de ser "doce hoje" - objetou Alice.
- Não, não pode - disse a Rainha. Tem de ser sempre doce todos os outros dias; ora, o dia de hoje não é outro dia qualquer, como você sabe.

Ferdinand de Saussure, considerado o fundador da linguística moderna, explica, em seu Curso de Linguística Geral, que a linguagem é um objeto heterogêneo e multiforme, porque ela é, ao mesmo tempo, social e individual; física, fisiológica e psíquica. Ele distingue dois aspectos na linguagem: a língua e a fala. A primeira é um produto social depositado na mente de todos os falantes, composto de um sistema de oposições fônicas e semânticas (que produz os sons e os sentidos) e de regras combinatórias desses elementos. A fala é o ato individual de realização da língua. Saussure não explica como se passa de uma a outra. É o que vai fazer outro linguista francês, Emile Benveniste, que mostra que a passagem da língua à fala se dá por meio de uma instância que ele denomina enunciação, que é o ato de dizer, ou seja, "colocação em funcionamento da língua por um ato individual de utilização". Isso significa que ela é uma instância de mediação entre a virtualidade da língua e a realização da fala. Se a enunciação é o dizer, o enunciado é o dito.

Eu, aqui e agora
Na verdade, como se coloca a língua em funcionamento? Alguém assume a palavra e dirige-se a outra pessoa e, ao fazer isso, instaura-se como um eu e erige a pessoa a quem se endereça como "tu" (que, na maior parte do Brasil, é realizado como "você"). Esse ato de dizer realiza-se num tempo (agora) e num espaço (aqui). Por isso, a enunciação é a instância, denominada por Benveniste, do ego, hic et nunc, ou seja, do eu, do aqui e do agora. A partir dessa instância do falante, do seu espaço e do seu tempo, criam-se todas as distinções de pessoa, espaço e tempo na língua. O linguista francês nomeia as categorias da enunciação com palavras latinas, para indicar que elas existem em todas as línguas, em todas as linguagens (por exemplo, as visuais).

Benveniste vai chamar aparelho formal da enunciação as categorias de pessoa, de espaço e de tempo, que são centrais no exercício da língua. Os elementos dessas categorias foram denominados embreadores, termo tirado da mecânica. Embreagem é um mecanismo que permite unir um motor em rotação ao sistema de rodas que não estão girando. Palavras como "eu", "tu", "aqui", "aí", "ali", "agora", "então" são chamados embreadores, embreantes ou dêiticos, porque só ganham referência quando se conecta a língua à situação de comunicação. Se lermos, num quadro de recados, o seguinte texto: "Estive procurando-o hoje. Esteja lá amanhã sem falta", não saberemos quem é que esteve procurando, quem ele esteve buscando, quando esteve fazendo isso, quando e onde a pessoa procurada deve estar sem falta. Isso, porque alguém deve ter apagado os elementos da situação de comunicação que permitiriam ancorar os dêiticos: nome do destinatário do recado, local e data em que a mensagem foi escrita, nome do destinador. Esses dados são obrigatórios, por exemplo, numa carta, exatamente para que possamos saber os referentes dos dêiticos que aparecem no texto.

Instância linguística
No texto acima, Alice compreende bem que os dêiticos não têm uma referência fixa, como quer a Rainha: "hoje" é o dia da enunciação; "hoje" foi "amanhã" numa enunciação feita no dia anterior e será "ontem", numa enunciação no dia posterior. Como se observa, o aparelho formal da enunciação reúne língua e fala, o que significa que o exercício da língua ganha outra dimensão. Pela enunciação, o falante não só diz, mas diz-se, cria uma imagem de si mesmo: ao enunciar-se, o enunciador se enuncia. Com isso, Benveniste cria um novo objeto para a Linguística, o discurso (não se trata da fala saussuriana, domínio da liberdade e da criação). Pela enunciação, a língua converte-se em discurso. A fala é, então, apenas a exteriorização psicofísico-fisiológica do discurso.

Marcas
A enunciação deixa no enunciado seus traços e suas marcas: numa narrativa, em primeira pessoa, por exemplo, o enunciador enuncia-se no enunciado, enquanto na chamada narração em terceira pessoa ele não se deixa ver no enunciado.

A enunciação é, pois, uma instância linguística pressuposta pela existência do enunciado. Com efeito, se há um enunciado, há uma enunciação pressuposta; se há um dito é porque alguém o disse. Antes que se afirme que isso é um truísmo, é preciso atentar para a consequência teórica dessa asseveração: o eu/tu, o aqui e agora projetados no enunciado devem distinguir-se do eu/tu, do aqui e do agora pressupostos por ele. Quando se diz "Eu digo que depois da tempestade vem a bonança", há um "eu digo" pressuposto: "(Eu digo) Eu digo que depois da tempestade vem a bonança". Isso significa que esses dois "eu" não se confundem: o "eu" pressuposto é o enunciador; o eu projetado no interior do enunciado é o narrador.

José Luiz Fiorin é professor do Departamento de Linguística da USP e autor do livro As astúcias da enunciação, da Editora Ática.


Fonte:http://revistalingua.uol.com.br/textos.asp?codigo=12024

Especialização em ensino-aprendizagem de inglês.

19/03/2010
Especialização em ensino-aprendizagem de inglês
Oferecido pela Cultura Inglesa e pela PUC-SP, o curso é gratuito e destinado a professores de ensino fundamental e médio de SP


Em parceria com a PUC-SP, a Cultura Inglesa oferece, a partir deste ano, o curso de especialização lato sensu em "Práticas reflexivas e ensino-aprendizagem de inglês na escola pública". Gratuita, a capacitação é exclusiva para educadores dos ensino fundamental e médio das redes municipal e estadual de São Paulo. Para as turmas do segundo semestre, as inscrições serão abertas em junho.

Na primeira etapa do programa, os participantes aprimoram o idioma e desenvolvem fluência em um período de até 396 horas de aulas na Cultura Inglesa (o que equivale a três anos). O curso é realizado nas unidades de Saúde, Santana e Tatuapé, em São Paulo, e em Guarulhos. Na segunda fase, os docentes desenvolvem uma reflexão crítica e um aperfeiçoamento das práticas pedagógicas na sede da PUC-SP. As 420 horas de aulas (aproximadamente dois anos) dão direito ao diploma de especialização. Caso o professor já tenha nível desejável, podem ingressar diretamente no curso lato sensu. Mais informações pelo site www.culturainglesasp.com.br/formacaoredepublica.


http://www.culturainglesasp.com.br/formacaoredepublica

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Expressões Idiomáticas

FontE: www.brasilescola.com/portugues/expressoes-idiomaticas

Expressões idiomáticas ou idiomatismo são expressões que caracterizam por não identificar seu significado através de suas palavras individuais ou no sentido literal. Não é possível traduzi-las em outra língua e se originam de gírias e culturas de cada região.

Nas diversas regiões do país há várias expressões idiomáticas que são chamados dialetos. Não há um motivo lingüístico para que se considerem essas formas superiores ou inferiores às outras. Cada região valoriza e pesquisa nos últimos tempos o que pode ser feito para diminuir preconceitos lingüísticos. No modo cultural, as expressões usadas por uma pessoa que têm acesso à escola e aos meios de instrução formal são bastante diferentes das expressões usadas pelas pessoas privadas das escolas. Essas pessoas privadas das escolas desenvolvem expressões para que o determinado grupo social as compreenda e as usem. Assim origina as gírias.

Veja algumas expressões idiomáticas e seus significados abaixo:

Amarrar a cara: Fechar a cara e ficar zangado;
Bafo de onça: Mau hálito;
Chorar de barriga cheia: Reclamar sem motivo;
Dar com a língua nos dentes: Contar um segredo;
Estômago de avestruz: aquele que come qualquer coisa;
Ficar de olho: Vigiar;
Lavar as mãos: Não dar mais opinião;
Molhar o biscoito: Transar
Pé na jaca: Cometer excessos;
Quebrar o galho: Improvisar;
Trocar as bolas: Confundir-se;
Uó: Pessoa, coisa ou lugar desagradável;

Por Gabriela Cabral
Equipe Brasil Escola

O Internetês e a Ortografia

Fonte: www.blogger.com/post-create.g?blogID=3718267583998566871


O internetês é a linguagem utilizada no meio virtual, mais precisamente nas salas de bate papo como orkut, messenger, blogs e outros. Como foi se tornando uma prática na vida de todos, as pessoas que utilizam esses serviços passaram a abreviar as palavras de forma que essas tornaram-se uma configuração padronizada.
É uma prática comum entre os adolescentes que, acostumados com a rapidez do mundo dos instantâneos e dos descartáveis, utilizam como meio de agilizar e dinamizar as conversas. Como se não bastasse, criaram os bichinhos e palavras que piscam o tempo todo, chamados gifs, para os bate-papos tornarem-se mais atrativos.


Figuras virtuais que caracterizam expressões

Porém, para a linguagem escrita, essa não é uma prática vantajosa. Além dos jovens terem pouco contato com o mundo dos livros, justamente por estarem mais ligados às novidades virtuais, vão perdendo as formas padrões da ortografia, que podem ficar comprometidas pela falta de contato com a grafia correta.

As escolas devem trabalhar muito quanto a esse aspecto, pois não podemos permitir que a escrita correta das línguas sejam destruídas diante das banalidades virtuais.

As famílias também devem colocar limites para os jovens, estimulando os mesmos a outras práticas de diversão, bem como estimulando-os à leitura de livros e revistas, adequados à idade dos mesmos.

Quando a criança ou o adolescente convivem com exemplos dos pais, dentro de casa, eles não resistem à leitura, e sabemos que este é um fator que enriquece o vocabulário, oportuniza o aprendizado da gramática bem como da ortografia, além dos prazeres proporcionados pela leitura.

A existência de algumas expressões fica registrada da seguinte forma: :D é uma risada, B) são óculos escuros, :( significa triste, :* é o beijo, :x caracteriza boca fechada, dentre várias outras.

Algumas palavras foram abreviadas de forma incorreta, comprometendo a ortografia como vc – você, blz – beleza, naum – não, cmg – comigo, neh – não é ou né, kd – cadê, etc.


Flw – falou, blza – beleza, kdê - cadê

Dessa forma tão esdrúxula de se escrever, costumamos nos deparar com textos escritos totalmente errados, que chocam as pessoas que preservam a forma padrão da escrita. A frase a seguir, encontrada na internet, é um exemplo disso: “naum eskreva feitu retardadu na net pq tem jenti lendu o q vc escrevi”.

Essa forma de escrita não facilita nada, pois torna-se muito mais difícil para quem já possui conhecimentos ortográficos de sua língua.

É bom lembrar que também não têm nada a ver com os acrônimos, siglas de palavras que foram universalmente estabelecidas, especialmente úteis nas telecomunicações, uma vez que permitem condensar várias palavras em poucas letras, como nos telegramas. Foram criados para serem utilizados mundialmente, de forma que não comprometessem a ortografia das línguas, o que não acontece com as abreviaturas do internetês.

Assim, é necessário buscar formas de fazer os jovens não levarem esses aprendizados para a escrita formal, pois esses ficarão prejudicados tanto na fase escolar como num futuro próximo de profissionalismo.

Por Jussara de Barros
Graduada em Pedagogia

Comunidades de Aprendizagem em EAD a partir do Modelo de Competências

www.blogger.com/post-create.g?blogID=3718267583998566871


Em Educação a Distância - EAD encontramos novos meios de fazer educação a partir dos recursos que estão dispostos para sua prática, ambientes cooperativos e colaborativos que se fazem necessários num espaço que requer interatividade como requisito para seu sucesso; também um tutorial que assume papéis diversos, os quais deverão ser norteados por um modelo de competências para o processo de construção do conhecimento, no que se refere suas potencialidades em todo percurso de efetivação de uma prática comprometida com um cenário real de sentimentos, emoções, atuações, contribuições, interações, diferenças, contextos.

Uma aprendizagem desconectada com o real, ou seja, a construção de um espaço sem significados no processo de construção do conhecimento poderá provocar perdas para aprendizagem, a partir da não constituição de comunidades de aprendizagem.

A falta de interatividade em rede provocará uma aprendizagem sem contexto, desarticulada em seu meio, no que se refere às intervenções reflexivas que se dão de maneira superficial, não situando os envolvidos no processo, o qual deveram assumir papel de protagonista. A aprendizagem acontecerá de forma desarticulada com as potencialidades que deveram aflorar num cenário, atual, que requer dinamismo na construção do conhecimento inviabilizando sua atuação enquanto ser de interações-modificações.

O planejamento a partir de um modelo de competências assume o compromisso com os envolvidos de forma que a contextualização as suas necessidades se faz presente na formação de um ser atuante em todo processo de construção de existência de sua atuação, enquanto sujeito protagonista de seu meio.

Ao contrário, o modelo estruturado se faz de forma desconectada com as reais necessidades dos sujeitos, público-alvo, em questão, no qual suas potencialidades surgem de forma desarticulada, em que competências e habilidades passam por despercebidas, logo pela falta de flexibilidade em sua elaboração, execução e controle.

Portanto, pensar em EAD a partir de um modelo de competências requer especialidade, logo o conceito de competências é complexo.

A articulação com as reais necessidades dos sujeitos envolvidos; o auto-respeito pelas diferenças, compartilhando vivências, as quais caracterizam-os; a valorização de uma formação norteada pela flexibilidade a partir de seu dinamismo, inerente ao meio em que se encontram, comprovam a utilidade de desenvolver uma prática por meio de competências na modalidade à distância.

Por Rodiney Marcelo
Colunista Brasil Escola
Fonte:http://www.brasilescola.com/educacao


EJA e ensino profissional

A Educação de Jovens e Adultos é uma modalidade de ensino cujo objetivo é permitir que pessoas adultas, que não tiveram a oportunidade de frequentar a escola na idade convencional, possam retomar seus estudos e recuperar o tempo perdido.

Oferecer a modalidade EJA nos dias de hoje requer um novo pensar acerca das políticas educacionais e das propostas de (re) inclusão desses educandos nas redes de educação pública do nosso país. O que se tem pensado até o momento é que o trabalho pedagógico desenvolvido neste seguimento de ensino deva ser de cunho eminentemente alfabetizatório. No entanto, alfabetizar é somente a primeira parte do processo. O que não se pode é pensar que só alfabetização poderá garantir desenvolvimento social deste educando.

Para uma pessoa adulta que retoma seus estudos, o desejo maior é o de se preparar para o trabalho, de ter autonomia e de se dar bem profissionalmente. A abordagem metodológica neste sentido não deve ser desenvolvida com os mesmos parâmetros utilizados para se trabalhar com crianças. Um aluno com idade de 30 anos, por exemplo, retomando os anos escolares correspondente ao 4º ano do ensino fundamental não se interessará por uma atividade caracterizadamente infantil. Daí a necessidade de abordar conteúdos equivalentes, mas com uma linguagem adulta e que vá ao encontro daquilo que esse público deseja.

A educação é o maior e melhor instrumento gestor de mudança, através dela o homem consegue compreender melhor a si mesmo e ao mundo em que vive, dessa forma, a própria educação deve ser a primeira a aceitar e a acompanhar o desenvolvimento e suas especificidades, ou seja, renovar e promover a interação com o novo.

O Brasil já deu um grande passo nas questões que se referem a alfabetização de jovens e adultos, embora continuamos dentro da escola dos países com maior taxa de analfabetos. E o problema, como já mencionado, é que o adulto que procura a escola não quer apenas aprender a ler e a escrever, ele quer e necessita é de atualização com o contexto social em que vive e faz parte.

A defasagem escolar é grande, segundo a Lei 9.394/96 art. 37 “a educação de jovens e adultos deverá articular-se, preferencialmente, com a educação profissional, na forma do regulamento”, dessa forma, e se realmente acontecesse o que está previsto em lei, teríamos muito mais jovens dentro das escolas. Em consequência do desemprego, a busca pelo ensino profissional e técnico aumentou significativamente. O jovem quer trabalhar, mas falta qualificação e oportunidades, principalmente a de concluir a educação básica e ter parcial domínio das novas tecnologias.

Exemplo dessa realidade pode ser vista nos cursos da modalidade PROEJA, do Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia (IFGOIAS) da cidade de Goiânia, que no dia 27/04/2009 lançou 90 vagas para cursos desta modalidade. A procura é grande, a oferta é pequena, sem falar nos recursos utilizados para levar essa informação à população. A proposta é muito boa, mas falta mais dedicação, a maioria da população não fica nem sabendo da oportunidade, e os que ficam se deparam com a forte concorrência.

Em suma, o importante e que (re) pensemos nosso conceito de educação para jovens e adultos; fome de ler e vontade de aprender eles têm, só que de uma maneira mais ampla, característica de quem já tem experiência de vida, que necessita bem mais que a própria escrita e leitura convencional, necessita acima de tudo ler as entrelinhas impostas pela problemática de ser e estar plenamente exercendo a cidadania.

Por Giuliano Freitas
Graduado em Pedagogia
Equipe Brasil Escola

terça-feira, 4 de maio de 2010

Internet pode estar deixando os jovens mais antissociais

Segunda, 3 de maio de 2010, 14h02 Atualizada às 17h51

Fonte:
http://tecnologia.terra.com.br/interna/0,,OI4412050-EI4802,00

- "Ei, você é um cretino", diz sorrindo a menina ao garoto. "Só pra te informar."
- "Valeu!", responde o menino.
- "Brincadeirinha", diz a menina com outro sorriso. "Você é só um pouco cretino, mas, fora isso, você é bem normal, às vezes".
Ambos riem.
- "Vejo você amanhã", diz o garoto.
- "Beleza, até mais", diz a menina.

» Veja fotos
» Argentina: 11 mil alunos faltam às aulas convocados pelo Facebook
» Mensagem em garrafa é respondida 33 anos depois via Facebook
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Essa foi uma típica conversa pré-adolescente, familiar há gerações. Exceto por um toque distintivo de 2010: ela aconteceu no Facebook. Os sorrisos foram dois pontos e parênteses. As risadas foram digitadas como "haha". "Beleza" foi só um "blz" e "até mais" virou "t+".

As crianças costumavam conversar de verdade com seus amigos. Aquelas horas gastas ao telefone ou com os amigos do bairro depois da escola desapareceram há muito tempo. Mas, agora, mesmo conversar ao celular ou por e-mail (onde é possível pelo menos conversar em parágrafos) virou passado. Para os adolescentes e pré-adolescentes de hoje, as interações de amizade parecem ocorrer cada vez mais através das breves mensagens de texto do celular e dos chats virtuais, ou por meio de fóruns extremamente públicos nos murais do Facebook e do MySpace. (Andy Wilson, o garoto de 11 anos envolvido na brincadeira acima, tem 418 amigos no Facebook).

Na semana passada, o Pew Research Center descobriu que a metade dos adolescentes americanos - definidos pelo estudo como entre 12 e 17 anos - envia 50 ou mais mensagens de texto por dia e que um terço envia mais de 100 diariamente. Dois terços dos usuários sondados pelo Projeto Vida Americana do centro disseram preferir usar o celular para enviar SMS a fazer uma chamada telefônica. 50% disseram que mandam mensagens a seus amigos uma vez por dia, mas só 33% disseram conversar ao vivo diariamente.

As descobertas surgem poucos meses depois da Kaiser Family Foundation divulgar que os americanos entre oito e 18 anos passam em média sete horas e meia usando algum tipo de aparelho eletrônico, seja smartphone, MP3 player ou computador - um número que impressionou muitos adultos, mesmo aqueles que sempre mantêm à mão seu BlackBerry.

Até agora, boa parte da preocupação a respeito do uso da tecnologia se voltou para as implicações no desenvolvimento intelectual da criança. A preocupação sobre a repercussão social se concentrou no lado sombrio das interações online, como o ciberbullying e mensagens de texto sexualmente explícitas. Mas psicólogos e especialistas começam a analisar um fenômeno menos sensacionalista embora provavelmente mais profundo: estará a tecnologia mudando a própria natureza da amizade infantil?

"Em geral, as preocupações sobre ciberbullying e SMS sexuais ofuscaram a análise de coisas realmente mais sutis sobre a forma pela qual a tecnologia está afetando as propriedades de proximidade da amizade", disse Jeffrey G. Parker, professor associado de psicologia da Universidade do Alabama, que estuda a amizade entre crianças desde os anos 1980. "Estamos apenas começando a observar essas mudanças sutis".

A pergunta na cabeça dos pesquisadores é se o SMS, a mensagem instantânea e as interações sociais online permitem que as crianças se tornem mais ligadas e solidárias a seus amigos - ou se a qualidade de sua interação diminui sem as trocas emocionais e a intimidade dos longos encontros presenciais.

Ainda é muito cedo para saber a resposta. Ao escreverem na The Future of Children, publicação produzida pela Instituição Brookings e o Centro Woodrow Wilson da Universidade Princeton, os psicólogos Kaveri Subrahmanyam e Patricia M. Greenfield - respectivamente, da Universidade Estadual da Califórnia e da Universidade da Califórnia, ambas em Los Angeles - observaram:

"A evidência qualitativa inicial é que a facilidade das comunicações eletrônicas pode estar diminuindo o interesse de adolescentes na comunicação presencial com seus amigos. Mais pesquisas são necessárias para avaliar a amplitude desse fenômeno e seu impacto na qualidade emocional de um relacionamento".

Mas a questão é importante, segundo aqueles que estudam relacionamentos, porque amizades próximas na infância ajudam a criança a desenvolver confiança em pessoas fora de sua família e, consequentemente, ajudam a preparar o terreno para relacionamentos saudáveis na vida adulta.

"Não podemos permitir que relacionamentos próximos e positivos definhem. Eles são essenciais para que as crianças desenvolvam confiança e lidem com suas emoções, expressem emoções, todas as funções de apoio necessárias num relacionamento adulto", disse Parker.

"Essas são coisas que discutimos sempre", disse Lori Evans, psicóloga do Centro de Estudo da Criança da Universidade de Nova York. "Ainda não temos um corpo robusto de pesquisas para confirmar o que suspeitamos estar acontecendo clinicamente".

O que ela e muitos outros envolvidos no trabalho com crianças observam são interações muito mais superficiais e públicas que as do passado.

"Quando éramos mais jovens, passávamos horas ao telefone com uma pessoa", disse Evans. Hoje, as mensagens instantâneas são frequentemente um bate-papo em grupo. Além disso, afirma ela, "o Facebook não é uma conversa".

Uma das preocupações é que, diferente de muitos de seus pais - que se lembram de intensos relacionamentos com amigos íntimos com quem passavam tempo e compartilhavam segredos durante a infância -, os jovens de hoje podem estar perdendo experiências que os ajudariam a desenvolver empatia, a compreender nuanças emocionais e a ler sinais sociais como expressões faciais e linguagem corporal.

Com as obsessões técnicas da criança começando cada vez mais cedo - até alunos do jardim de infância brincam com laptops no recreio -, seus cérebros podem acabar sendo reprogramados, perdendo tais capacidades, acreditam alguns pesquisadores.

Gary Small, neurocientista e professor de psiquiatria da UCLA e autor de iBrain: Surviving the Technological Alteration of the Modern Mind, acredita que os chamados "nativos digitais", um termo que designa a geração que cresceu usando computadores, já têm dificuldade de ler sinais sociais.

"Embora os jovens nativos digitais sejam muito bons em habilidades técnicas, eles são fracos em habilidades de contato humano presencial", disse.

Outros estudiosos de amizade argumentam que a tecnologia está aproximando as crianças mais do que nunca. Elizabeth Harley-Brewer, autora de um livro lançado no ano passado chamado Making Friends: A Guide to Understanding and Nurturing Your Child's Friendships, acredita que a tecnologia permite que as crianças fiquem conectadas o dia inteiro aos seus amigos. "Creio ser possível dizer que a mídia eletrônica está ajudando as crianças a ficarem muito mais em contato e por períodos mais longos".

Alguns pais concordam. Beth Cafferty, professora colegial de espanhol em Hasbrouck Heights (Nova Jersey), estima em centenas a quantidade de mensagens de texto que sua filha de 15 anos envia por dia.

"Acredito mesmo que eles estejam mais próximos por estarem mais em contato uns com os outros - qualquer coisa que vier à mente, eles mandam um SMS imediatamente", disse.

Mas Laura Shumaker, mãe de três no subúrbio de Bay Area, percebeu que seu filho de 17 anos, John, "fica tanto tempo com amigos no Facebook que se tornou mais retraído e arisco em interações cara a cara".

Recentemente, quando ele mencionou que era o aniversário de um amigo, ela disse: "Ótimo, você vai ligar para ele e desejar feliz aniversário?" E ele respondeu: "Não, vou escrever no mural dele" - a área do Facebook onde amigos podem postar mensagens que outros podem ver. Shumaker disse que, desde então, passou a encorajar o filho a se envolver em mais atividades de grupo depois da escola, ficando feliz por ele ter se juntado a um grupo de canto.

Para algumas crianças, a tecnologia é um mero facilitador para uma vida social ativa. Numa sexta-feira recente em Manhattan, Hannah Kliot, 15, aluna do nono ano que conta 1.150 amigos no Facebook, enviou uma série de mensagens depois da escola, fazendo planos para encontrar alguns amigos mais tarde em uma festa. No dia seguinte, ela jogou duas partidas de softbol, mandando SMS nos intervalos e entre os jogos, pois planejava ir a um show no próximo final de semana.

Hannah afirma depender do SMS para fazer planos e contar coisas que ela considera engraçadas ou interessantes. Mas ela também usa as mensagens para checar se alguma amiga está chateada com alguma coisa - nesses casos, ela depois continua com uma conversa real.

"Eu com certeza converso, mas acho que a nova forma de realmente conversar com alguém é o chat com vídeo, porque aí você está vendo mesmo a outra pessoa", disse. "Eu com certeza faço ligações telefônicas uma vez ou outra, mas isso é considerado meio antiquado".

A mãe de Hannah, Joana Vicente, que já enviou mensagens a seus filhos de sua cama após as 23h mandando-os sair da internet, às vezes se impressiona com a maneira pela qual Hannah e seu irmão de 14 anos, Anton, se comunicam. "Às vezes eles têm cinco conversas acontecendo ao mesmo tempo" por mensagens instantâneas, SMS ou vídeo. "Minha filha passa de uma para outra à velocidade da luz. Eu penso, 'meu Deus, isso é uma conversa?'"

Alguns pesquisadores acreditam que a natureza impessoal da mensagem de texto e da comunicação online pode facilitar que crianças tímidas se relacionem com outros. Robert Wilson é pai de Andy Wilson, 11, o aluno da sexta série de Atlanta que foi cordialmente zombado no Facebook. (Wilson citou a conversa para ilustrar a natureza inócua e geralmente "brincalhona" da maioria das interações de seu filho no Facebook).

Andy é bem atlético e sociável, mas seu irmão, Evan, 14, é mais tímido e introvertido. Depois de ver Andy se conectar com tanta gente diferente no Facebook, Wilson sugeriu a Evan que criasse uma conta para experimentar. No dia seguinte, ele teve o prazer de encontrar Evan conversando pelo Facebook com uma garota de sua antiga escola.

"Acredito que o Facebook na maior parte foi benéfico para meus filhos", disse Wilson. "No caso de Evan, a primeira razão é ajudá-lo a sair de sua concha e desenvolver habilidades sociais que não desenvolvia por ser tão tímido. Não dá para empurrá-lo para fora de casa e dizer 'Encontre alguém'".

Tradução: Amy Traduções

terça-feira, 27 de abril de 2010

Ciberguerra

http://educacao.uol.com.br/atualidades/ciberguerra.jhtm

Internet será front de batalhas do futuro
José Renato Salatiel*
Especial para a Página 3 Pedagogia & Comunicação

Na ciberguerra ou ciberterrorismo os autores se beneficiam do anonimato da rede mundial


Na primeira visita oficial do presidente americano Barack Obama à China, onde se reuniu com o presidente Hu Jintao no dia 17 de novembro de 2009, pairava a sombra de uma disputa política silenciosa, travada no mundo de bits da internet. Apesar de o assunto ter sido evitado no encontro, os dois países gastam bilhões de dólares em sistemas de defesa e sofisticadas técnicas de ataque e espionagem via internet.

Direto ao ponto: Ficha-resumo

Vinte anos após a queda do Muro de Berlim e o fim da Guerra Fria, delineia-se um novo cenário de tensão geopolítica, no qual conceitos como ciberespionagem, ciberterrorismo e ciberguerra são cada vez mais usados para descrever as relações entre países antagônicos.

De acordo com o "Virtual Criminology Report 2009 - Virtually Here: The Age of Cyber Warfare" ("Relatório de Criminologia Virtual 2009 - Praticamente Aqui: A Era da Ciberguerra"), Estados Unidos, China e Rússia não somente espionam governos, instituições financeiras e empresas por meio da internet, como se preparam para uma eventual ciberguerra.

A diferença é que, enquanto na Guerra Fria a corrida armamentista deixou o mundo em alerta para os riscos de uma hecatombe nuclear, agora as armas são softwares e programas robôs que invadem sistemas eletrônicos de comunicação, defesa e infraestrutura. Com o mundo interligado por redes de computadores - responsáveis pelo controle de setores como administração, finanças e serviços -, uma pane provocada por um ciberataque poderia causar prejuízos materiais e até mortes no mundo real.


Ciberataques
Segundo o relatório da empresa McAfee, especialista em segurança digital, pelo menos três ciberataques já teriam ocorrido no mundo desde 2007. O primeiro aconteceu entre abril e maio de 2007. Hackers invadiram sites comerciais e governamentais da Estônia, país que faz fronteira com a Rússia, bloqueando o acesso dos usuários. Parlamento, ministérios e bancos ficaram incomunicáveis pela rede.

O motivo teria sido a remoção da estátua de bronze de um soldado russo, situada no centro da capital, Tallininn. Para os russos, a estátua era uma homenagem aos combatentes do nazismo, enquanto que, para os estonianos, era uma amarga lembrança da ocupação soviética. Por esta razão, o governo da Estônia responsabilizou Moscou pela invasão virtual, mas não apresentou provas.

Em agosto de 2008, outro incidente envolvendo a Rússia. Durante os conflitos separatistas ocorridos na região da Geórgia e Ossétia do Sul, sites do governo da Geórgia foram bloqueados numa ação em massa coordenada por nacionalistas russos. Mais uma vez, o Kremlin negou qualquer participação.

Finalmente, no feriado de Independência dos Estados Unidos, em 4 de julho de 2009, o bloqueio atingiu sites do governo americano e de empresas, incluindo a página da Casa Branca e da Bolsa de Valores de Nova York. Uma semana depois, a vítima foi a Coreia do Sul, aliada de Washington. Ambos os ataques teriam partido da vizinha Coreia do Norte, nação comunista alinhada à China.

Estados Unidos e China também se revezam, segundo dados da McAfee, na liderança do ranking de maior quantidade de computadores "zumbis" - máquinas que operam sob controle de remetentes de spams e malwares (softwares de invasão). Somente no primeiro trimestre deste ano, foram identificados 12 milhões de novos endereços de IPs "zumbis" no mundo, correspondendo a um aumento de mais de 50% em relação ao último trimestre do ano passado.


Ciberespionagem
Outro aspecto que lembra os tempos da Guerra Fria é a espionagem. Para analistas em segurança, a ciberespionagem na internet seria o primeiro estágio da ciberguerra. A invasão de redes de computadores - como as ocorridas na Estônia, Geórgia e Estados Unidos - permite, por exemplo, que os invasores avaliem os aparatos de defesa do inimigo, de maneira a conhecer suas fragilidades e preparar até mesmo futuros ataques reais (e não apenas virtuais).

Em 29 de março de 2009, o jornal americano The New York Times publicou uma matéria a respeito do relatório de um grupo de pesquisadores canadenses que teriam descoberto um imenso sistema eletrônico de monitoramento na China. O sistema, batizado de GhostNet (Internet Fantasma), se infiltrou, em menos de dois anos, em 1.295 computadores de 103 países, incluindo embaixadas e departamentos governamentais.

O objetivo foi roubar milhares de documentos de governos e empresas privadas. Um dos principais alvos foram computadores de centros ligados ao líder tibetano Dalai Lama, em cidades como Bruxelas, Londres e Nova York, dentre outras. A base do serviço foi identificada em território chinês, a despeito das reiteradas negações de Pequim. O Tibete luta há séculos contra a ocupação chinesa. O relatório "Tracking 'GhostNet': Investigating a Cyber Espionage Network" ("Rastreando a 'Internet Fantasma': Investigar uma Rede de Ciberespionagem") foi o primeiro no gênero a apontar a existência de tal estratégia envolvendo países asiáticos.

A infiltração acontece de duas formas mais comuns: as vítimas clicam em documentos anexados a e-mails, baixando um programa espião, ou em links, que as direcionam para sites "infectados". A China também estaria recrutando hackers em universidades.

No dia 23 de novembro, uma semana após a visita de Obama, o país criticou o relatório anual da Comissão EUA-China de Revisão Econômica e de Segurança que citava aumento de casos de ciberespionagem em solo americano.


Ciberterrorismo
A dependência das sociedades modernas de redes de computadores criou não somente uma nova forma de poder político, como também de terrorismo. Essa ameaça já foi mostrada na ficção, em seriados de TV como "24 Horas" e filmes como "Duro de Matar 4.0" (indicado abaixo).

Os Estados Unidos se preparam para um ciberataque terrorista em larga escala desde os atentados de 11 de Setembro de 2001. É improvável, porém, que grupos como a Al Qaeda tenham tecnologia avançada o bastante para burlar os sistemas de defesa americanos.

Especialistas em segurança digital também divergem sobre o conceito de ciberguerra e ciberterrorismo. Os possíveis casos são de difícil comprovação, pois os autores - sejam eles Estados ou grupos terroristas - se beneficiam do anonimato da rede.

Como diferenciá-los de crimes comuns na internet, que geram prejuízos anuais de US$ 48 bilhões, segundo estimativa de 2005? Para os autores do livro Cyber Warfare and Cyber Terrorism (Ciberguerra e Ciberterrorismo), Lech J. Janczewski e Andrew M. Colarik, é preciso investigar as intenções do ataque.

Suponhamos que um empresário morra no hospital em que está internado porque alguém invadiu o sistema eletrônico que armazena dados sobre a prescrição de medicamentos, levando a enfermeira plantonista a aplicar uma substância em relação à qual esse paciente era alérgico. De que tipo de crime estamos falando?

Caso a morte do empresário tenha sido motivada por desavenças pessoais, trata-se de um cibercrime - ou seja, um crime cometido com uso de tecnologia informacional. Se, pelo contrário, existe ameaça de mais pessoas serem mortas, caso um conjunto de exigências não seja atendido, trata-se de ciberterrorismo, ataque premeditado com fins políticos, religiosos ou ideológicos a redes de computadores e que resulta em violência contra alvos civis. E, numa última opção, se envolver agentes estrangeiros e Estados, trata-se de ciberguerra.

Terroristas usam computadores para divulgar material de propaganda, recrutar voluntários, treinar soldados ou militantes, manter comunicação, recolher informações sobre alvos e preparar explosões. No entanto, não existe nenhum registro confirmado de ciberataque cometido por extremistas, a despeito de surtos terem ocorrido após atentados físicos na Ásia e Oriente Médio.


Apagão
O maior risco de ciberataque envolve a manipulação de sistemas chamados SCADA (Supervisory Control and Data Aquisition; em português, Sistemas de Supervisão e Aquisição de Dados), que controlam serviços essenciais, como, por exemplo, o tráfego aéreo e a energia elétrica.

No Brasil, o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) confirmou que, dois dias depois do apagão que atingiu 18 Estados e afetou 70 milhões de pessoas em 11 de novembro de 2009, a rede corporativa foi invadida por hackers. O ONS controla o sistema interligado de produção e distribuição de energia elétrica.

O órgão garantiu que o sistema operacional não foi afetado, e a hipótese do blecaute ter sido provocado por um ciberataque foi descartada. Os Estados Unidos levantaram suspeitas de que invasões de computadores teriam causado blecautes em anos anteriores no Brasil.

Na Guerra Fria, conflitos nacionalistas, ataques terroristas, paranoias sobre o fim do mundo e técnicas de espionagem moldaram o século 20, envolvendo praticamente todos os países. A era da ciberguerra parece estar indo além de ameaças políticas no ciberespaço. De algum modo, questões de segurança na rede definem cada vez mais os rumos das sociedades contemporâneas.

Inclusão Digital.

Internet no Brasil
Desigualdades sociais dificultam inclusão digital
José Renato Salatiel*
Especial para a Página 3 Pedagogia & Comunicação

Relatório do IBGE sobre acesso à Internet no Brasil


Pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgada no dia 11 de dezembro de 2009, aponta que o número de brasileiros que acessam a internet aumentou 75,3% nos últimos três anos, mas que as desigualdades sociais ainda são obstáculo à inclusão digital no país.

Direto ao ponto: Ficha-resumo

Segundo essa pesquisa, 56,4 milhões de pessoas com idade de 10 anos ou mais acessaram a internet pelo menos uma vez em 2008. Em 2005, eram 31,9 milhões. Os avanços são positivos, pois o acesso a tecnologias é um importante fator de desenvolvimento. Porém, a pesquisa também mostra que pobreza e falta de escolaridade são entraves à democratização do acesso à internet.

A média de internautas brasileiros é superior à da América Latina (30,5%), mas inferior à encontrada em outros países, como Argentina (48,9%), Chile (50,4%), Colômbia (45,3%) e Uruguai (38,3%). Na Europa, a média de acesso é de 52%; e na América do Norte, de 74,2%, de acordo com o ranking da Internet World Stats. A média mundial é de 25,6%.


Estudantes
De acordo com a pesquisa do IBGE, o acesso à rede mundial de computadores cresce conforme aumenta o grau de escolaridade e de renda. No Brasil, entre as pessoas com 15 anos ou mais de estudo, 80,4% usavam a internet. Esse número decresce à medida que o tempo de estudo diminui, chegando a 7,2% entre aqueles com menos de quatro anos de instrução.

Em relação especificamente aos estudantes brasileiros, apesar do aumento registrado na pesquisa - de 35,7% em 2005, para 60,7% em 2008 -, 40% deles ainda não têm acesso à rede.

O mesmo acontece quando se leva em conta a renda por domicílio. A percentagem de usuários da internet entre o grupo cujo orçamento doméstico está na faixa dos cinco salários mínimos (R$ 2.325) é de 75,6% - contra 13% entre os internautas com rendimentos até um quarto do salário mínimo (R$ 116,25).

Jovens com idade entre 15 e 17 anos correspondem ao maior percentual de internautas (62,9%), e também representam o maior aumento em relação a 2005 (33,7%). Entre o grupo de 50 anos ou mais, somente 11,2% navegam na web.

A pesquisa reflete também as desigualdades entre as regiões do país. As regiões Sudeste (40,3%), Centro-Oeste (39,4%) e Sul (38,7%) apresentaram os maiores percentuais, enquanto o Norte (27,5%) e o Nordeste (25,1%), os menores. O Distrito Federal possui o maior índice de acesso, 56,1%, seguido por São Paulo (43,9%). Alagoas é o estado com menor percentual: 17,8%.


Lan houses
Uma importante constatação do levantamento, em relação ao anterior, feito em 2005, diz respeito às lan houses. Pela primeira vez, elas aparecem como o segundo lugar de onde mais se acessa a internet (35,2%), perdendo para o acesso doméstico (57,1%). Em 2005, o segundo lugar era ocupado pelo local de trabalho, que ficou em terceiro lugar em 2008 (31%). Contudo, nas regiões Norte e Nordeste, as lan houses já lideram o ranking de locais de acesso, com, respectivamente, 56,3% e 52,9%.

O estudo aponta que as lan houses - hoje, cerca de 100 mil em todo país - promovem a inclusão digital nas comunidades mais carentes, desempenhando uma função que, teoricamente, caberia aos governos. Em recente artigo publicado no jornal Folha de S. Paulo (indicado abaixo), o jornalista Gilberto Dimenstein afirma que, a partir dessa constatação, as lan houses poderiam oferecer mais do que o simples acesso à web. "Um pequeno investimento poderia transformar esses locais em centros culturais e tecnológicos, com um custo muitíssimo menor do que colocar banda larga em cada casa", diz o articulista.

Outro dado que mudou nos últimos três anos foi a finalidade do acesso à internet. Em 2008, 83,2% das pessoas ouvidas pela pesquisa disseram que usam a rede para se comunicar com outras pessoas, o que pode demonstrar o avanço das redes sociais - Orkut, Facebook, Twitter etc. - e dos comunicadores instantâneos, como MSN e Skype. Em 2005, essa era a terceira maior finalidade declarada.

Educação e aprendizado, o principal motivo em 2005, caiu de 71,7% para 65,9% na pesquisa de 2008, passando a ocupar a terceira classificação. Em segundo lugar apareceu a opção do lazer (68,6%).


Banda larga
Já a conexão por banda larga praticamente dobrou em cinco anos, passando a primeiro lugar em forma de acesso. Em 2008, 80,3% das pessoas que acessaram a internet em casa o fizeram somente por banda larga, seguido por conexão discada (18%) e das duas formas (1,7%). Em 2005, a banda larga era a conexão de 41,2% das pessoas com acesso domiciliar.

A pesquisa do IBGE, no entanto, não diz nada sobre a qualidade dos serviços de banda larga prestados no país, que estão entre os mais lentos e caros do mundo. De acordo com um estudo da consultoria IDC, realizado a pedido da empresa Cisco, a maioria das conexões do país tem menos de 1 megabit por segundo (Mbps) de velocidade. Esse patamar sequer é considerado banda larga pela União Internacional de Telecomunicações (UIT). Em relação ao preço, o Brasil apresenta os mais altos valores cobrados, quando comparados a oito países. Na França, por exemplo, paga-se US$ 0,32 por 1 Mbps, enquanto o brasileiro gasta até US$ 22,27.

Falta de competição no mercado das empresas de telefonia, que oferecem o serviço, e impostos caros são as causas apontadas pelos especialistas para o alto custo e a baixa qualidade da banda larga no Brasil.

Mas qual a finalidade de se conhecer os hábitos do brasileiro em relação ao ciberespaço? Pesquisas desse tipo são importantes não apenas para que as empresas possam oferecer serviços e produtos melhores, mas também para que os governos saibam como devem orientar as políticas públicas de inclusão digital.

Pegadinhas de Português

Custou para mim ou para eu acreditar?


Custou para eu acreditar nela.

Apesar de o Word corrigir a frase "Custou para mim acreditar nela" para "Custou para eu acreditar nela", o uso de mim está adequado ao padrão culto da língua. O pronome eu exerce a função sintática de sujeito. Para se descobrir qual o sujeito de um verbo, basta ao aluno perguntar a ele: "Que(m) é que .......?" Por exemplo:


Eu fiz o trabalho ontem.
Pergunta: Quem é que fez o trabalho ontem?
Resposta: eu = sujeito do verbo fazer.

Façamos o mesmo exemplo com a frase apresentada:


Basta para mim ter Teté ao meu lado.
Há dois verbos: bastar e ter. Analisemos o verbo bastar:
Pergunta: Que é que basta?
Resposta: ter Teté ao meu lado = sujeito do verbo bastar.

Observe que o sujeito do verbo bastar é uma oração, pois onde houver verbo haverá uma oração. O sujeito representado por uma oração se chama oração subordinada substantiva subjetiva (OSSS).

Num período, há a chamada ordem direta, que é a colocação do sujeito no início da oração, com o verbo logo após ele. Se a frase apresentada for escrita em ordem direta, ou seja, se a oração subordinada substantiva subjetiva iniciar o período, haverá a seguinte frase: "Ter Teté ao meu lado basta para mim". Percebeu como o adequado é usar mim mesmo?


Para mim basta ter Teté ao meu lado.
Ter Teté ao meu lado basta para mim.
Para mim, ter Teté ao meu lado basta. [a vírgula é optativa]
Basta para mim ter Teté ao meu lado.

Sempre que houver bastar, custar, faltar ou restar e, no mesmo período, houver outro verbo no infinitivo, este não poderá ser flexionado, ou seja, sempre ficará invariável. Veja alguns exemplos:


Basta para os alunos estudar todos os dias.
Basta para eles estudar todos os dias.
Basta para nós estudar todos os dias.

Isso ocorre porque os alunos, eles e nós não exercem a função de sujeito de estudar, e sim a de complemento do verbo bastar (objeto indireto).

A frase apresentada, portanto, deve ser assim corrigida:

Custou para mim acreditar nela.

Pegadinhas de Português.

"Convidam a família e os amigos a participarem da cerimônia..."


Joseleide e Anacleto convidam a família e os amigos a participarem da cerimônia de casamento de sua filha.

É assim mesmo que se escreve em um convite de casamento?

O verbo convidar, no sentido de solicitar a presença de alguém, chamar, convocar exige a preposição para, e não a prep. a.

A preposição a será exigida pelo verbo convidar nos seguintes significados:

Pedir, requerer, demandar, ordenar cortesmente. Por exemplo:

Convidou-o a se retirar.

Despertar a vontade, atrair, induzir, predispor. Por exemplo:

O silêncio convidava-o à meditação.

Incitar, impelir, provocar. Por exemplo:

A injustiça convida à revolta.

Quanto ao verbo participar, o mais adequado é deixá-lo no plural, como está na frase apresentada.

A frase apresentada, então, deve ser assim estruturada:

Joseleide e Anacleto convidam a família e os amigos para participarem da cerimônia de casamento de sua filha.